Ruas com nomes indígenas
Algumas das
principais ruas de Capão da Canoa têm nomes indígenas:
Rua Andira: é personagem de Iracema, de José de Alencar; a grafia correta desta palavra tupi é Andirae, e significa "morcego".
Av. Araribóia: (? - 1589) foi um chefe da tribo dos temiminós,
grupo indígena tupi que habitava o litoral brasileiro no
século XVI. Ajudou os portugueses na conquista da baía de Guanabara frente
aos tamoios e franceses, em 1567. Como recompensa, os portugueses lhe
cederam uma região na entrada da baía que viria a dar origem à atual cidade de Niterói,
da qual é considerado o fundador.
Rua Ceci: é como Peri chamava Cecília, personagem de O Guarani, de José de Alencar.
Rua Guaraci: Guaraci ou Quaraci (do tupi kwara'sy,
"sol") na mitologia tupi-guarani é a representação ou
deidade do Sol, às vezes compreendido como aquele que dá a vida e
criador de todos os seres vivos
Rua Marabá: A etimologia da palavra "Marabá" é
de um vocábulo indígena mayr-abá, que significa filho do estrangeiro com
a índia ou ainda, fruto da índia com o branco. O tupinólogo Eduardo
de Almeida Navarro aponta, como origem do termo, o tupi antigo maraba,
que designava "filho de francês com índia" ou "bastardo"
Rua Maranguabe: maranguape vem do tupi-guarani maragoab e
significa Vale da Batalha. O nome é uma alusão ao lendário cacique da
tribo de índios que dominava a região. Sua
denominação original era Alto da Vila, depois Outra Banda e,
desde 1760, Maranguape.
As
origens de Maranguape retornam aos primeiros habitantes destas terras, índios
de várias etnias com os: potiguaras, os quais já cultivavam mandioca, milho e
sabiam da existência de minerais na região. As
terras de Maranguape receberam no ano de 1649, a visita dos holandeses durante
a expedição em busca das minas de prata na serra da Taquara e serra de
Maranguape. Na serra da Taquara, estes ainda ergueram uma base de apoio em cima
da serra.
Com a
saída dos holandeses do Ceará, o território de Maranguape vem a ser habitado
pelos portugueses via às sesmarias. A aglomeração as margens do riacho
Pirapora e a capela de Nossa Senhora da Penha, consolida-se como núcleo urbano
no século XIX, com a implementação das plantações de café.
Em
1875, Maranguape recebe um grande impulso econômico com a inauguração da linha
férrea Estrada de Ferro de Baturité e a estação de trem. Esta
funcionou até os anos de 1963, quando foi desativada.
Na
segunda metade do século XIX, mais uma leva de portugueses iniciou mais uma
atividade econômica, a plantação da cana-de-açúcar e a produção de cachaça.
Rua Moacir: Significa "dolorido,
magoado", "o que vem da dor" ou "o que faz doer, o que
magoa". A origem do nome Moacir é o tupi mbo'a'su
ira, que junta duas palavras tupis, mbo'a'su, que significa
"dor" ou "fazer doer", e ira, que quer dizer
"saído de". Moacir é um dos nomes indígenas
mais populares no Brasil, e tem como principal variante o nome Moacyr.
Rua Moema: O topônimo "Moema" seria uma
homenagem à homônima filha recém-falecida de um secretário do interior. Ou,
então, uma referência à personagem homônima do poema Caramuru, de Santa
Rita Durão, clássico da literatura árcade brasileira escrito em 1781. O nome da
personagem, por sua vez, corresponde ao tupi antigo mo'ema, que
significa "mentira" (no poema, Moema era a amante do
personagem principal, Diogo Álvares, representando, assim, o amor falso,
em contraposição ao amor verdadeiro representado pela esposa de
Diogo, Catarina Paraguaçu)
Rua Paraguaçu: esposa do lendária de Caramuru; a palavra em tupi pará = mar, e guaçu = grande, significa "mar grande ou oceano".
Rua Peri: personagem de O Guarani, de José de Alencar.
Rua Pindorama: "terra das palmeiras".
Rua Poti: em tupi, "camarão"; nome de nascença de Filipe Camarão, um índio notável durante as guerras contra os holandeses no Nordeste.
Rudá: deus da teogonia indígena, é o deus do amor.
Rua Sepé: o índio Sepé Tiaraju, das missões jesuíticas, morto em combate na chamada guerra guaranítica.
Rua Tupanciretã: "Tupanciretã" é um nome tupi que
significa "terra da mãe de Deus", através da junção dos termos tupã ("Deus"), sy ("mãe")
e retama ("terra").
Rua Tupinambá: Tupinambá é o nome de um povo indígena
brasileiro que, por volta do século XVI, habitava duas regiões da
costa brasileira: a primeira ia desde a margem direita do rio São
Francisco até o Recôncavo Baiano; a
segunda ia do cabo de São Tomé, no atual estado do Rio de
Janeiro, até São Sebastião, hoje o estado de São Paulo. Esse segundo
grupo também era denominado de tamoio.
Ao todo, ambos os grupos
compunham-se de 100.000 indivíduos e eram a nação indígena mais conhecida de
toda a costa brasileira pelos navegadores europeus do século XVI. Atualmente,
o principal grupo tupinambá reside no sul do estado da Bahia: são os tupinambás
de Olivença.
A maior parte da população Tupinamba vive nos centros urbanos,
principalmente nas regiões metropolitanas do sudeste, centro-oeste e nordeste.
No sudeste, São Paulo é a cidade com maior população de etnia Tupinambá. Nem
IBGE nem militantes estimam o número dessa população fora do território
estudado no sul da Bahia. No litoral paulista há diversas famílias Tupinamba,
vivendo com os Guarani-mbyá, reconhecidos pelo Estado brasileiro como
tupi-guarani.
Rua Ubirajara: personagem de Ubirajara, de José de Alencar; em tupi, Ubirajara significa "senhor (aquele que possui) da vara ou lança".